quarta-feira, abril 29, 2009

Renovando nossa mente

Romanos 12:2

"E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus".

Aqui Paulo passa a orientação de "não se conformar com este século". Na verdade, há a clara direção de pensar por conta própria, sem entrar em conformidade com o senso comum, com o pensamento do mundo. E não apenas do mundo de fora da igreja, mas com os pensamentos viciados existentes até mesmo dentro da igreja.

Não devemos estagnar nossa mente, Paulo explica que só experimentaremos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus quando nos permitirmos não nos conformar com este século. Mas como fazer isso? Ele mesmo responde. Só experimentaremos a perfeita vontade de Deus ao transformar-nos por meio da renovação da nossa mente.

Renovar a mente é a chave para a transformação necessária para experimentarmos a vontade de Deus.

A "renovação da mente" implica em mudança de padrões de pensamento e, consequentemente, implica em renúncia. É o maior exemplo de crucificação do próprio eu, pois você deixa de fazer a sua vontade para fazer a vontade de Deus. Você abre mão da desculpa-padrão "eu sou assim", "não consigo mudar", "esse é meu jeito" para permitir-se o esforço de jogar fora aquele jeito errado de pensar e aprender tudo de novo com a Palavra de Deus.

A renovação da mente tem de ser tão profunda a ponto de transformar completamente a pessoa. "Renovar" é tornar novo outra vez algo que já estava envelhecido. É muito mais do que uma simples restauração, é nascer de novo.

O pensamento do mundo atual tem em sua base uma força pessimista, negativa. É sempre mais fácil acreditar que não vai dar certo, que não somos capazes, olhar para a situação, para o mundo que chamamos de "real" e se deixar levar pelo que vemos, o que aprendemos ser o "correto".

Mas como renovar a mente? É assim tão fácil? Não, não é, mas se não fosse possível, Deus não teria nos deixado essa direção. Aliás, muitos cristãos têm suas vidas atrasadas, inclusive espiritualmente, por deixar de lado a humildade de perceber que o "novo nascimento" também é para nós, não apenas para os recém-convertidos.

"Mas como eu preciso nascer de novo se já me converti, já nasci de novo?" Se você não tem vivido como um filho de Deus, se você não tem mais aquele entusiasmo da fé, se está mais cínico e desiludido do que confiante e animado, se você se vê arrastando quando deveria correr, se você tem se desesperado, se os problemas se avolumam e em várias áreas da sua vida eles parecem mais fortes do que você, alguma coisa não está certa, pois do nosso Deus a Bíblia diz, em Isaías 40:29-31: "Faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam."

Pode ser que você tenha esfriado, que sua mente esteja calcificada, que tudo tenha se tornado mais automático e teórico do que realmente prático. Se a Palavra de Deus para você é só objeto de estudo e se você tem decorado versículos ao invés de vivê-los, você envelheceu na fé.

O Novo Nascimento - Graças a Deus - não é oferecido apenas uma vez, mas sempre que necessitamos nos renovar no Senhor. Às vezes anos e anos de igreja, anos e anos de estudos bíblicos e muito conhecimento da Palavra acabam surtindo um efeito contrário ao que deveria. Na ânsia de aprender e tentar defender a Palavra aos que não a conhecem, o cristão acaba vendo a Bíblia como apenas um livro, achando que ele tem poder de convencer as pessoas pela argumentação. Isso não é verdade. Só quem convence do pecado é o Espírito Santo. É por isso que detesto discussão religiosa. Eu nunca vou convencer alguém de coisa alguma, se o Espírito Santo não estiver agindo naquela situação. E em bate-boca sobre doutrina, I'm sorry, ele não está.

Nesse engano, o cristão acaba procurando estudos humanos sobre a Palavra de Deus e colocando a Palavra no patamar de uma ciência qualquer, esquadrinhando cada versículo em busca de significados ocultos, descobertos pela mente humana. Não depende mais da direção do Espírito Santo para a leitura. Da mesma maneira, muitos líderes acabam levando essa tendência para o púlpito, fazendo sermões-padrão, recheados de palavras rebuscadas e passo-a-passo que transformem as pregações em explanações bonitas e vazias. Quem as assiste, por sua vez, recebe aquele discurso pelo canal de "informações descartáveis", o mesmo usado para assistir a um programa de variedades na TV. Ao invés de ouvir a Palavra de Deus com o coração aberto e sedento para entendê-la e já planejando aplicá-la em seu dia-a-dia, como se daquilo dependesse sua vida (e depende!), ouve, vai para casa, esquece e continua vivendo como sempre viveu. E ainda tem a coragem de dizer: "não vamos confundir as coisas, bíblia é coisa da igreja, para as coisas do dia-a-dia, da minha vida, tenho que viver como eu sei".

Esse cristão velho, com o prazo de validade vencido, estragando aberto na geladeira necessita, sim, de um novo nascimento. Ele reclama, sentado no banco da igreja, do fato de pessoas que vieram da macumba, do satanismo, ou de prática nenhuma e se converteram ontem já estarem recebendo as bênçãos, curas e transformações pelas quais ele aguarda há muitos anos, estudando a Bíblia, decorando versículos, dormindo durante o culto e acordando na hora da oferta (só para falar depois que "o pastor está falando muito em dinheiro").

Não há nada na vida dessas pessoas que se pareça com uma boa, perfeita e agradável vontade de Deus. Alguns chegam ao cúmulo - oh, céus, eu ouço cada coisa! - de dizer que " a vontade de Deus é diferente da nossa. Às vezes o que é bom, perfeito e agradável para ele não é para a gente". Aí você pensa em que tipo de deus iria querer seu filho vivendo uma vida totalmente desgraçada, um inferno no casamento, a saúde destruída, a vida financeira em frangalhos, depressão, etc.etc. etc. e ainda acharia isso "bom, perfeito e agradável"!!!!!! Será mais fácil acreditar nisso ou assumir que nós, cristãos, podemos estar errados em nossa forma de viver o cristianismo e necessitamos de uma transformação pela renovação de nossa mente? Um novo nascimento?

Jesus afirma que devemos receber o Reino de Deus como crianças. Criança é capaz de ter confiança irrestrita, pois não tem a maldade, a malícia, os vícios de pensamento dos adultos. Temos de nos tornar crianças diante de Deus. A maior dificuldade está em ter humildade o suficiente para assumir que nada do que você aprendeu até hoje resolveu alguma coisa. Depois, jogar fora tudo o que você foi até então, e se colocar diante de Deus para que Ele te transforme na pessoa que Ele quer que você seja.

A partir daí, como uma criança, permita-se aprender tudo novamente.

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UPDATE em 29.04.2009: Eu escrevi esse texto no dia 16.04.2009, mas o deixei nos rascunhos. Para a minha surpresa, a Palavra do discipulado de quinta-feira, dia 23.04.2009 foi justamente em cima desse texto. Pretendo transcrevê-la, pois completa aquilo que escrevi aqui.

sábado, abril 18, 2009

Aleluias!

Em um post antigo do blog do Bispo Macedo, encontrei em um comentário a pergunta de um rapaz, tomo a liberdade de copiar a pergunta e minha resposta, para o caso de haver mais alguma outra pessoa com essa dúvida e que resolva colocá-la no google.

"gostaria que o senhor me esclarecesse a respeito da palavra “Aleluia”, que quer dizer, Glória a Deus. Pois já ouvi falar que é incorreto para nós que cremos no Único Deus pluralizarmos essa palavra e falar “Aleluias”. Pois assim estaríamos dizendo “Glórias aos deuses”. Se possível gostaria que o senhor comentasse sobre esse termo se isto que ouvi está certo ou errado, pois observo que não são poucos os pastores que, no momento de adoração a Deus durante as reuniões, dizem “Aleluias”."

Não sou o bispo, mas gostaria de responder à sua pergunta. Pluralizar a palavra "Aleluia" não fará com que ela se transforme em "glórias aos deuses", isso não faz o menor sentido, pois não é uma palavra de nossa língua, ao acrescentarmos um "s" não estamos transformando sua tradução em plural, mas apenas sinalizando um conjunto de "aleluia". A palavra Aleluia vem do hebraico Hallelu Yah, que significa "louvor a Yahweh". Na verdade é mais do que isso, é um termo de convocação ao louvor, algo do tipo "louvem a Deus!" "Hallel" significa louvar com intensidade, com alegria. Mas Deus, nesse caso, não é a palavra "deus", mas o nome "Yah", que é abreviação do nome de Deus, Yahweh (que traduzimos como Jeová, ou o Senhor). Portanto, fique tranquilo, como não existe mais de um Yahweh, o que está sendo pluralizado é apenas o convite ao louvor, e isso não tem problema algum.

Na verdade, ao invés de nos atermos a esses detalhes, a "posso falar isso" ou "Não posso falar aquilo", devemos nos preocupar com nossa forma de pensar e nossas atitudes no dia-a-dia, nossa vida com Deus, a parte prática muito mais do que a teórica. É isso o que Paulo diz com "a letra mata, mas o Espírito vivifica" (2 corintios 3:6)

Nós damos muita importância ao "pode isso, não pode aquilo" por influência da cultura do catolicismo romano, que é cheio do "pode, não pode". No Cristianismo verdadeiro, nós temos que "todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas me convém. Todas as coisas me são lícitas, mas não me deixarei dominar por nenhuma delas" (I coríntios 6:12) No mesmo livro, no capítulo 10, Paulo diz que "todas as coisas são lícitas, mas nem todas edificam". Não acho que debater sobre se podemos ou não usar o plural da língua portuguesa em um termo hebraico edifique. Ainda mais se isso te tira a concentração na hora da oração ou da busca e te faz duvidar se está certo ou errado o uso daquela palavra bem na hora em que você deveria estar focado no louvor a Deus, obedecendo ao convite.

Vamos nos concentrar menos nas listas de regras e mais na busca ao Espírito Santo, pois o próprio Espírito Santo nos dá a direção do que edifica e do que não edifica, do que convém, do que não convém, do que é certo e do que é errado, quando não estiver textualmente claro na Palavra. Em Filipenses 4:8 há uma explicação bem clara de como devemos proceder: "Finalmente, irmãos, tudo que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento". Para decidir se algo deve ou não ocupar seu pensamento, sempre faça essas perguntas: "isso é verdadeiro?" "isso é respeitável?" "isso é justo?" "isso é puro?" "isso é amável?" "isso tem boa fama?" "Tem alguma virtude nisso?" "Existe algum louvor nisso?" Se a resposta a qualquer uma dessas perguntas for "não", tire aquele pensamento da cabeça, pois ele não merece ocupá-la.

Que Deus te abençoe!

quarta-feira, abril 15, 2009

Salmos

Encontrei esse rascunho do post escrito em 2007, completei e resolvi postar, pois apesar do primeiro parágrafo ser igual, o resto do texto pode ajudar a alguém, como ajudou a mim:


Esse livro da Bíblia compila 150 cânticos, a maioria deles escrita pelo rei Davi. Um dos mais conhecidos deles e o que eu sempre trouxe como "meu" é o Salmo 23. Me identificava com ele na infância por dois motivos: minha mãe orava comigo todas as noites e recitávamos o Salmo 23 antes de dormir, assim, eu o decorei muito cedo. Até por ter nascido no dia 23 de janeiro.

No entanto, decorar joga a Palavra em um limbo no qual ela simplesmente deixa de ter um sentido. Você não aprende nada que decora. Aprender exige áreas do cérebro que não participam da memorização pura e simples. Uma boa técnica que aprendi para tirar essas palavras do limbo e trazê-las à compreensão, é inverter os termos da oração ou mesmo "traduzir" o que está escrito, dizendo com outras palavras, desde que não atrapalhe o sentido do texto. Depois, leio de novo o original, tentando aplicar o que acabei de entender.

"O Senhor é o meu pastor; nada me faltará." NADA me faltará, porque Deus é meu pastor. Aqui a ovelha fala de seu pastor. Ela tem nele extrema confiança, e nele coloca toda a sua segurança. Davi afirma que o Senhor (Deus) é o seu pastor. Em Deus tem de estar minha confiança irrestrita, ao lado dele não me sinto insegura, não tenho medo de seguir a direção que ele me aponta, pois ele sabe o que está fazendo, Ele é o meu pastor.

O salmo 23 é uma declaração maravilhosa da confiança que Davi deposita em Deus e do cuidado que Deus tem com quem deposita nele essa confiança. Você é um executivo de uma empresa que anda mal das pernas e de repente recebe a ajuda voluntária do maior empresário do mundo, que sabe tudo de administração, que tem centenas de empresas bilionárias, e é muito respeitado por sua gestão. Ele chega em você e diz: "Fique tranquilo, sua empresa está nas minhas mãos, vou te tirar desse buraco e te ensinar tudo o que sei". O que você faz? Fica desesperado e sem direção como estava antes ou dorme tranquilo e chega no dia seguinte animado e ansioso por iniciar, sabendo que vai dar tudo certo? Se você é capaz de confiar assim em um homem, que é tão falho e frágil quanto você, por que não tem essa mesma confiança em Deus, que pode tudo e já disse para você descansar nele? A ovelha tem essa mesma confiança em seu pastor. É essa confiança que permite que Deus tenha o cuidado descrito no capítulo 23 de salmos para os seus servos.

Decoramos e repetimos com a maior facilidade verículos como "Maldito o homem que confia no homem", "entrega teu caminho ao Senhor, confia nele e o mais Ele fará", "posso todas as coisas naqele que me fortalece", etc. Mas não permitimos que essas palavras se tornem verdade em nossa vida quando não exercemos a confiança irrestrita que Ele espera de nós.


PS: Estou digitando e concluindo meus estudos para postá-los ainda nesta semana, até porque eu tenho de cor vários verísculos contra a preguiça e tenho de colocá-los em prática...risos...eu faço os estudos à caneta, em um caderno e sempre deixo para digitá-los depois...e depois...e depois...