quarta-feira, agosto 26, 2009

Novo Endereço

Este blog mudou para o endereço:

http://lampert.com.br/sossegai/

Onde, finalmente, terá atualizações diárias (ou quase)!!!

Aleluia!! ...risos...

quarta-feira, abril 29, 2009

Renovando nossa mente

Romanos 12:2

"E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus".

Aqui Paulo passa a orientação de "não se conformar com este século". Na verdade, há a clara direção de pensar por conta própria, sem entrar em conformidade com o senso comum, com o pensamento do mundo. E não apenas do mundo de fora da igreja, mas com os pensamentos viciados existentes até mesmo dentro da igreja.

Não devemos estagnar nossa mente, Paulo explica que só experimentaremos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus quando nos permitirmos não nos conformar com este século. Mas como fazer isso? Ele mesmo responde. Só experimentaremos a perfeita vontade de Deus ao transformar-nos por meio da renovação da nossa mente.

Renovar a mente é a chave para a transformação necessária para experimentarmos a vontade de Deus.

A "renovação da mente" implica em mudança de padrões de pensamento e, consequentemente, implica em renúncia. É o maior exemplo de crucificação do próprio eu, pois você deixa de fazer a sua vontade para fazer a vontade de Deus. Você abre mão da desculpa-padrão "eu sou assim", "não consigo mudar", "esse é meu jeito" para permitir-se o esforço de jogar fora aquele jeito errado de pensar e aprender tudo de novo com a Palavra de Deus.

A renovação da mente tem de ser tão profunda a ponto de transformar completamente a pessoa. "Renovar" é tornar novo outra vez algo que já estava envelhecido. É muito mais do que uma simples restauração, é nascer de novo.

O pensamento do mundo atual tem em sua base uma força pessimista, negativa. É sempre mais fácil acreditar que não vai dar certo, que não somos capazes, olhar para a situação, para o mundo que chamamos de "real" e se deixar levar pelo que vemos, o que aprendemos ser o "correto".

Mas como renovar a mente? É assim tão fácil? Não, não é, mas se não fosse possível, Deus não teria nos deixado essa direção. Aliás, muitos cristãos têm suas vidas atrasadas, inclusive espiritualmente, por deixar de lado a humildade de perceber que o "novo nascimento" também é para nós, não apenas para os recém-convertidos.

"Mas como eu preciso nascer de novo se já me converti, já nasci de novo?" Se você não tem vivido como um filho de Deus, se você não tem mais aquele entusiasmo da fé, se está mais cínico e desiludido do que confiante e animado, se você se vê arrastando quando deveria correr, se você tem se desesperado, se os problemas se avolumam e em várias áreas da sua vida eles parecem mais fortes do que você, alguma coisa não está certa, pois do nosso Deus a Bíblia diz, em Isaías 40:29-31: "Faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam."

Pode ser que você tenha esfriado, que sua mente esteja calcificada, que tudo tenha se tornado mais automático e teórico do que realmente prático. Se a Palavra de Deus para você é só objeto de estudo e se você tem decorado versículos ao invés de vivê-los, você envelheceu na fé.

O Novo Nascimento - Graças a Deus - não é oferecido apenas uma vez, mas sempre que necessitamos nos renovar no Senhor. Às vezes anos e anos de igreja, anos e anos de estudos bíblicos e muito conhecimento da Palavra acabam surtindo um efeito contrário ao que deveria. Na ânsia de aprender e tentar defender a Palavra aos que não a conhecem, o cristão acaba vendo a Bíblia como apenas um livro, achando que ele tem poder de convencer as pessoas pela argumentação. Isso não é verdade. Só quem convence do pecado é o Espírito Santo. É por isso que detesto discussão religiosa. Eu nunca vou convencer alguém de coisa alguma, se o Espírito Santo não estiver agindo naquela situação. E em bate-boca sobre doutrina, I'm sorry, ele não está.

Nesse engano, o cristão acaba procurando estudos humanos sobre a Palavra de Deus e colocando a Palavra no patamar de uma ciência qualquer, esquadrinhando cada versículo em busca de significados ocultos, descobertos pela mente humana. Não depende mais da direção do Espírito Santo para a leitura. Da mesma maneira, muitos líderes acabam levando essa tendência para o púlpito, fazendo sermões-padrão, recheados de palavras rebuscadas e passo-a-passo que transformem as pregações em explanações bonitas e vazias. Quem as assiste, por sua vez, recebe aquele discurso pelo canal de "informações descartáveis", o mesmo usado para assistir a um programa de variedades na TV. Ao invés de ouvir a Palavra de Deus com o coração aberto e sedento para entendê-la e já planejando aplicá-la em seu dia-a-dia, como se daquilo dependesse sua vida (e depende!), ouve, vai para casa, esquece e continua vivendo como sempre viveu. E ainda tem a coragem de dizer: "não vamos confundir as coisas, bíblia é coisa da igreja, para as coisas do dia-a-dia, da minha vida, tenho que viver como eu sei".

Esse cristão velho, com o prazo de validade vencido, estragando aberto na geladeira necessita, sim, de um novo nascimento. Ele reclama, sentado no banco da igreja, do fato de pessoas que vieram da macumba, do satanismo, ou de prática nenhuma e se converteram ontem já estarem recebendo as bênçãos, curas e transformações pelas quais ele aguarda há muitos anos, estudando a Bíblia, decorando versículos, dormindo durante o culto e acordando na hora da oferta (só para falar depois que "o pastor está falando muito em dinheiro").

Não há nada na vida dessas pessoas que se pareça com uma boa, perfeita e agradável vontade de Deus. Alguns chegam ao cúmulo - oh, céus, eu ouço cada coisa! - de dizer que " a vontade de Deus é diferente da nossa. Às vezes o que é bom, perfeito e agradável para ele não é para a gente". Aí você pensa em que tipo de deus iria querer seu filho vivendo uma vida totalmente desgraçada, um inferno no casamento, a saúde destruída, a vida financeira em frangalhos, depressão, etc.etc. etc. e ainda acharia isso "bom, perfeito e agradável"!!!!!! Será mais fácil acreditar nisso ou assumir que nós, cristãos, podemos estar errados em nossa forma de viver o cristianismo e necessitamos de uma transformação pela renovação de nossa mente? Um novo nascimento?

Jesus afirma que devemos receber o Reino de Deus como crianças. Criança é capaz de ter confiança irrestrita, pois não tem a maldade, a malícia, os vícios de pensamento dos adultos. Temos de nos tornar crianças diante de Deus. A maior dificuldade está em ter humildade o suficiente para assumir que nada do que você aprendeu até hoje resolveu alguma coisa. Depois, jogar fora tudo o que você foi até então, e se colocar diante de Deus para que Ele te transforme na pessoa que Ele quer que você seja.

A partir daí, como uma criança, permita-se aprender tudo novamente.

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UPDATE em 29.04.2009: Eu escrevi esse texto no dia 16.04.2009, mas o deixei nos rascunhos. Para a minha surpresa, a Palavra do discipulado de quinta-feira, dia 23.04.2009 foi justamente em cima desse texto. Pretendo transcrevê-la, pois completa aquilo que escrevi aqui.

sábado, abril 18, 2009

Aleluias!

Em um post antigo do blog do Bispo Macedo, encontrei em um comentário a pergunta de um rapaz, tomo a liberdade de copiar a pergunta e minha resposta, para o caso de haver mais alguma outra pessoa com essa dúvida e que resolva colocá-la no google.

"gostaria que o senhor me esclarecesse a respeito da palavra “Aleluia”, que quer dizer, Glória a Deus. Pois já ouvi falar que é incorreto para nós que cremos no Único Deus pluralizarmos essa palavra e falar “Aleluias”. Pois assim estaríamos dizendo “Glórias aos deuses”. Se possível gostaria que o senhor comentasse sobre esse termo se isto que ouvi está certo ou errado, pois observo que não são poucos os pastores que, no momento de adoração a Deus durante as reuniões, dizem “Aleluias”."

Não sou o bispo, mas gostaria de responder à sua pergunta. Pluralizar a palavra "Aleluia" não fará com que ela se transforme em "glórias aos deuses", isso não faz o menor sentido, pois não é uma palavra de nossa língua, ao acrescentarmos um "s" não estamos transformando sua tradução em plural, mas apenas sinalizando um conjunto de "aleluia". A palavra Aleluia vem do hebraico Hallelu Yah, que significa "louvor a Yahweh". Na verdade é mais do que isso, é um termo de convocação ao louvor, algo do tipo "louvem a Deus!" "Hallel" significa louvar com intensidade, com alegria. Mas Deus, nesse caso, não é a palavra "deus", mas o nome "Yah", que é abreviação do nome de Deus, Yahweh (que traduzimos como Jeová, ou o Senhor). Portanto, fique tranquilo, como não existe mais de um Yahweh, o que está sendo pluralizado é apenas o convite ao louvor, e isso não tem problema algum.

Na verdade, ao invés de nos atermos a esses detalhes, a "posso falar isso" ou "Não posso falar aquilo", devemos nos preocupar com nossa forma de pensar e nossas atitudes no dia-a-dia, nossa vida com Deus, a parte prática muito mais do que a teórica. É isso o que Paulo diz com "a letra mata, mas o Espírito vivifica" (2 corintios 3:6)

Nós damos muita importância ao "pode isso, não pode aquilo" por influência da cultura do catolicismo romano, que é cheio do "pode, não pode". No Cristianismo verdadeiro, nós temos que "todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas me convém. Todas as coisas me são lícitas, mas não me deixarei dominar por nenhuma delas" (I coríntios 6:12) No mesmo livro, no capítulo 10, Paulo diz que "todas as coisas são lícitas, mas nem todas edificam". Não acho que debater sobre se podemos ou não usar o plural da língua portuguesa em um termo hebraico edifique. Ainda mais se isso te tira a concentração na hora da oração ou da busca e te faz duvidar se está certo ou errado o uso daquela palavra bem na hora em que você deveria estar focado no louvor a Deus, obedecendo ao convite.

Vamos nos concentrar menos nas listas de regras e mais na busca ao Espírito Santo, pois o próprio Espírito Santo nos dá a direção do que edifica e do que não edifica, do que convém, do que não convém, do que é certo e do que é errado, quando não estiver textualmente claro na Palavra. Em Filipenses 4:8 há uma explicação bem clara de como devemos proceder: "Finalmente, irmãos, tudo que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento". Para decidir se algo deve ou não ocupar seu pensamento, sempre faça essas perguntas: "isso é verdadeiro?" "isso é respeitável?" "isso é justo?" "isso é puro?" "isso é amável?" "isso tem boa fama?" "Tem alguma virtude nisso?" "Existe algum louvor nisso?" Se a resposta a qualquer uma dessas perguntas for "não", tire aquele pensamento da cabeça, pois ele não merece ocupá-la.

Que Deus te abençoe!

quarta-feira, abril 15, 2009

Salmos

Encontrei esse rascunho do post escrito em 2007, completei e resolvi postar, pois apesar do primeiro parágrafo ser igual, o resto do texto pode ajudar a alguém, como ajudou a mim:


Esse livro da Bíblia compila 150 cânticos, a maioria deles escrita pelo rei Davi. Um dos mais conhecidos deles e o que eu sempre trouxe como "meu" é o Salmo 23. Me identificava com ele na infância por dois motivos: minha mãe orava comigo todas as noites e recitávamos o Salmo 23 antes de dormir, assim, eu o decorei muito cedo. Até por ter nascido no dia 23 de janeiro.

No entanto, decorar joga a Palavra em um limbo no qual ela simplesmente deixa de ter um sentido. Você não aprende nada que decora. Aprender exige áreas do cérebro que não participam da memorização pura e simples. Uma boa técnica que aprendi para tirar essas palavras do limbo e trazê-las à compreensão, é inverter os termos da oração ou mesmo "traduzir" o que está escrito, dizendo com outras palavras, desde que não atrapalhe o sentido do texto. Depois, leio de novo o original, tentando aplicar o que acabei de entender.

"O Senhor é o meu pastor; nada me faltará." NADA me faltará, porque Deus é meu pastor. Aqui a ovelha fala de seu pastor. Ela tem nele extrema confiança, e nele coloca toda a sua segurança. Davi afirma que o Senhor (Deus) é o seu pastor. Em Deus tem de estar minha confiança irrestrita, ao lado dele não me sinto insegura, não tenho medo de seguir a direção que ele me aponta, pois ele sabe o que está fazendo, Ele é o meu pastor.

O salmo 23 é uma declaração maravilhosa da confiança que Davi deposita em Deus e do cuidado que Deus tem com quem deposita nele essa confiança. Você é um executivo de uma empresa que anda mal das pernas e de repente recebe a ajuda voluntária do maior empresário do mundo, que sabe tudo de administração, que tem centenas de empresas bilionárias, e é muito respeitado por sua gestão. Ele chega em você e diz: "Fique tranquilo, sua empresa está nas minhas mãos, vou te tirar desse buraco e te ensinar tudo o que sei". O que você faz? Fica desesperado e sem direção como estava antes ou dorme tranquilo e chega no dia seguinte animado e ansioso por iniciar, sabendo que vai dar tudo certo? Se você é capaz de confiar assim em um homem, que é tão falho e frágil quanto você, por que não tem essa mesma confiança em Deus, que pode tudo e já disse para você descansar nele? A ovelha tem essa mesma confiança em seu pastor. É essa confiança que permite que Deus tenha o cuidado descrito no capítulo 23 de salmos para os seus servos.

Decoramos e repetimos com a maior facilidade verículos como "Maldito o homem que confia no homem", "entrega teu caminho ao Senhor, confia nele e o mais Ele fará", "posso todas as coisas naqele que me fortalece", etc. Mas não permitimos que essas palavras se tornem verdade em nossa vida quando não exercemos a confiança irrestrita que Ele espera de nós.


PS: Estou digitando e concluindo meus estudos para postá-los ainda nesta semana, até porque eu tenho de cor vários verísculos contra a preguiça e tenho de colocá-los em prática...risos...eu faço os estudos à caneta, em um caderno e sempre deixo para digitá-los depois...e depois...e depois...

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Mar do Esquecimento

Olhando as estatísticas deste blog, me deparei com as palavras-chave mais utilizadas para chegar até aqui. Curiosamente um número relativamente grande de pessoas procuraram no google "mar do esquecimento", "qual livro da Bíblia fala sobre mar do esquecimento", "onde está o versículo que diz que Deus lança nossos pecados no mar do esquecimento", "mar do esquecimento está na Bíblia?", entre outras coisas semelhantes.

Curioso imaginar que tanta gente faça esse tipo de pesquisa. Talvez alguém tenha lhe dito: "ih, mar do esquecimento nem está na Bíblia", na intenção de mostrar que a pessoa está sendo ludibriada, ou ela mesma quer provar aos cristãos que eles inventam coisas, ou quem sabe seja alguém genuinamente preocupado em saber se seus pecados serão realmente lançados no mar do esquecimento, pois quer ser perdoado por Deus.

Em todo caso, achei que seria pertinente escrever sobre isso aqui, para que, seja qual for a intenção da busca, quem chegar aqui encontre uma resposta a respeito do tal "mar do esquecimento".

Costumamos dizer que Deus lança nossos pecados no mar do esquecimento, e deles não se lembra mais, quando realmente nos arrependemos de nossos erros e pedimos a Ele perdão sincero. Isso é verdade. Mas se você busca o termo completo "mar do esquecimento" na Bíblia, o encontra? Vou explicar a origem desse termo.

Em Miquéias 7:18,19 diz: "Quem, oh Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade e te esqueces da transgressão do restante da tua herança? O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia. Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniquiadades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar."

Esta passagem maravilhosa fala a respeito do caráter misericordioso de Deus. Mesmo no Antigo Testamento, antes do tempo da Graça, Deus não era o ser cruel e implacável que muita gente até hoje acredita que Ele é (essas pessoas, obviamente, não o conhecem). Quando diante do verdaeiro arrependimento, Ele não pensa duas vezes antes de perdoar a iniquidade e esquecer da transgressão do Seu povo. Volta a ter compaixão de nós e lança nossos pecados nas profundezas do mar.

Em Isaías 43:2 o próprio Deus diz: "Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro"

Não me lembro de ter lido o termo exato "mar do esquecimento", mas como a pessagem de Miquéias diz que Deus esquece de nossas transgressões e lança todos os nossos pecados nas "profundezas do mar", Isaías diz que Ele não se lembra de nossos pecados, e já sabendo que Deus não tem nenhum problema crônico de memória, e sabendo também que nenhuma expedição submarina encontrou toneladas de pecados incrustados de corais no fundo do mar, entendemos, de uma forma até mesmo bem poética, que este é o "mar do esquecimento".

Deus, que não se esquece de nada, pois é perfeito (e não, não tem problemas de memória), se permite não lembrar, ignorar, todos os nossos pecados, nos dando a chance de, diante dEle, começar de novo. O "mar do esquecimento" é, então, figura do grande perdão de Deus. Quando você lança algo nas pofundezas do mar, teoricamente aquilo nunca mais será encontrado (não entremos na discussão sobre as expedições submarinas existentes hoje. Quem, em sã consciência, sairia em busca de pecados submersos??? Só se procura algo que tenha valor. Se você jogar uma coisa insignificante no fundo do oceano - acredite - ninguém irá ver, nem procurar), nem visto.

Quando pensamos em "perdoar", geralmente não temos em mente essa idéia de desaparecer com aquela iniquidade. Perdoamos nossos irmãos, mas sempre podemos visualizar o que nos fizeram. O perdão, humanamente falando, não costuma estar atrelado ao esquecimento. Mas o perdão divino inclui o desaparecimento daquela iniquidade. Deus a lança em um lugar de onde ela nunca mais voltará e no qual ela não poderá mais ser vista por Ele. Por isso o reforço nesta idéia de esquecimento, dizendo que Ele lança nossos pecados nas profundezas do mar.

Não me interessa saber se o mar do esquecimento existe ou não, não faz a menor diferença, pois de qualquer maneira o Mar do Esquecimento é uma metáfora que me faz ver o quanto Deus é maravilhoso, a ponto de escolher não se lembrar dos meus erros, quando eu realmente me arrependo e peço perdão a Ele, decidindo nunca mais cometer aquele pecado.

E se Deus é tão misericordioso a ponto de escolher se esquecer de meus pecados, quem sou eu para ficar me torturando ao me lembrar deles, dando ouvidos ao diabo, que é o acusador? E também se Deus, o Criador, o único Santo e puro, que é o principal ofendido pelos pecados dos homens, escolhe não se lembrar mais do erro de alguém, quem sou eu para apontar o dedo e julgar uma pessoa por atos que ela cometeu no passado, e dos quais já se arrependeu? Sou eu maior do que Deus?

Além de mostrar a grandeza de Deus e o caráter perdoador do nosso Senhor, essas passagens deixam claro que o homem deve ser grato por essa misericórdia e recolher-se à sua insignificância, deixando essa mania arrogante de querer se apegar às picuinhas para tentar provar que está certo e que Deus - veja só - está errado.

Ainda escreverei novamente sobre pecado, arrependimento e perdão. Espero ter esclarecido as dúvidas do pessoal do Mar do Esquecimento. :-)

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Amigo de Deus

"Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas tenho vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer" (João 15:13-15)

Jesus nos coloca aqui o tipo de relacionamento que Ele quer ter conosco. Ele se deu a conhecer, através de Sua Palavra, para que fosse possível ao homem construir esse relacionamento de amizade, de intimidade, de confiança.

Deus não é um amigo imaginário, pois o amigo imaginário tem a personalidade que a pessoa que o criou inventa. Ele não existe de forma independente, depende dos valores e dor princípios de quem o inventou. Deus é uma pessoa independente, com caráter próprio, vontade própria, e a Bíblia nos revela sua personalidade, seus valores, sua ética, seu modo de pensar. Os valores distorcidos do ser humano se chocam com o caráter íntegro e sempre bem certinho de Deus. Então só consegue ter um relacionamento sincero com Ele quem realmente estiver disposto a mudar.

Se eu procuro conhecer o caráter e a personalidade de Deus, entender o que Ele quer de mim, tenho condições de construir essa amizade com Ele. Ao perceber Seu cuidado em minha vida, Seu amor, o amor que tenho por Ele cresce mais e mais, e cresce também em mim a vontade de ser quem Ele quer que eu seja, de obedecê-lo, de fazer Sua vontade, porque eu sei que do jeito que tenho levado minha vida até então só consegui sofrimento. A menos que eu ache o sofrimento uma coisa legal e queira continuar a viver eternamente com uma pedra gigantesca nas costas (sei lá, tem gosto para tudo, né?), terei toda a disposição para entregar minha vida nas mãos dEle e dizer: "Deus, me ensina a viver segundo a Tua vontade".

A melhor coisa da minha vida foi ter buscado essa amizade com Deus. Logo quando eu acordo, a primeira coisa que faço é ter uma conversa com Ele, como quem conversa com um amigo, entregando um a um dos meus afazeres do dia, entregando minha vida, minha vontade, minha saúde, meus planos, meu dia e cada uma das pessoas da minha família nas mãos dEle, pedindo a Ele que seja feita apenas a Sua vontade em minha vida. Leio a Bíblia, faço minhas anotações e só então, depois de alimentar o espírito, me levanto e vou alimentar meu corpo, com o café da manhã.

Durante o dia, converso com Ele. Se fico preocupada ou ansiosa com algo, logo conto para Ele o que está me incomodando e peço a Ele que cuide desse problema. Então descanso, porque sei que Ele já está providenciando a resposta. Se não sei o que fazer, entrego para Ele e peço que me dê a direção. Paro de me preocupar e pouco tempo depois já tenho a certeza do que devo fazer, e sei que foi Ele quem me mostrou. Procuro estar sempre conectada com Ele, como quem tem um amigo muito amado, super confiável, hiper inteligente, bem intencionado, poderoso, muito rico e mega sábio no msn o tempo inteiro. Imagine só poder baixar o msn em sua cabeça e ter esse amigo conectado contigo o dia inteiro. Qualquer coisa, você pergunta para ele, você repassa seu problema para ele e sabe que ele vai resolver. Então fica tranquilo, porque quando você menos esperar, a resposta vem.

Não faz muito tempo que eu faço isso, mas já tive muitas respostas, muitas vitórias e me sinto uma idiota por não ter abraçado essa amizade antes, porque a melhor coisa que existe é sentir-se amada, cuidada e segura por esse contato irrestrito com Deus. Muito melhor do que perder tempo na religiosidade vazia, buscando a voz de Deus em profecias de terceitos ou caçando respostas e "melhores interpretações" do texto bíblico, como se a Bíblia não fosse o suficiente.

A parte difícil, no entanto, é negar a minha vontade de agir por impulso, de resolver as coisas pela minha cabeça, de agir de acordo com meus sentimentos. Ter o controle sobre as emoções, negar minha própria vontade (que só me colocou em enrascada, diga-se de passagem. Não sei por que raios a gente se apega tanto ao nosso jeito de fazer as coisas se ele nunca dá resultados plenamente satisfatórios) para depender única e exclusivamente de Deus é o maior sacrifício de todos.

Por isso Ele diz "obediência quero, e não sacrifícios", porque não adianta só cumprir os rituais religiosos, tem de obedecer ao que Deus manda. Obedecer é melhor do que sacrificar simplesmente porque a obediência é o maior sacrifício. É sacrificar a si mesmo, assumir que a vontade de Deus é melhor do que a sua. A obediência não exclui o sacrifício, pelo contrário, ela inclui diversas formas de sacrifício. Ela inclui a entrega absoluta, irrestrita, do controle de sua vida a Deus.

Admito que não sou nada, que não sei nada sem Deus, entrego a direção de minha vida a Ele e vivo na dependência de Sua Palavra. Meu objetivo diário é fazer o que Ele quer que eu faça, é buscar ser quem Ele quer que eu seja. É só assim que a vida passa a fazer sentido, passa a ser realmente prazerosa, divertida. É só assim que a gente se sente realmente livre e começa a ser feliz de verdade.

Porque não se engane, enquanto a direção de sua vida está em suas mãos, e você está sujeito a todas as reações naturais, não é você quem está dirigindo, de verdade, nem está livre. Você é escravo de tudo o que não pode controlar, você é escravo do medo, da angústia, da ansiedade, da depressão, da falta de esperança, da fadiga, da exaustão, da sobrecarga, da dúvida, da culpa, da mágoa, do ódio, do rancor, dos vícios, da solidão, do sistema. A Liberdade está em devolver a quem nos criou o controle de sua criatura, pois só Ele sabe exatamente como a gente funciona e pode orientar nossas escolhas.

terça-feira, dezembro 30, 2008

Vivemos em um mundo cada vez mais apressado, que nos ilude com a idéia de que não há tempo para nada. É extremamente fácil nos deixar levar pelos sentimentos e sensações (inclusive a sensação de cansaço, a sensação de que não tem problema em deixar para ir ao culto depois, deixar a leitura da Bíblia para depois, o sentimento de tristeza, de ansiedade, de indignação, de desânimo), a vida vai nos atropelando e quando menos percebemos, já esfriamos na fé. Porque é MUITO fácil, o diabo não dorme e ele usa de sutilezas para conseguir nos desviar.

Por isso Jesus diz: "Vigiai e orai", nesta ordem. Vigiar primeiro, e sempre. Orar enquanto vigia, não deixar de vigiar em momento algum. Foi isso o que aprendi neste ano de 2008, que o diabo usa as situações para produzir em nós um determinado sentimento e fazer com que a sua reação esteja baseada mais na carne do que no espírito, para conseguir nos desviar da fé. Uma injustiça que acontece gera um sentimento de indigação que é até compreensível, mas que não é baseado no Espírito, mas na carne, pois traz ira e a Bíblia diz que "a ira do homem não produz a justiça de Deus".

Permitindo que esse sentimento baseado na carne floresça, vou reagir de acordo com o que minha carne me orienta. E agir orientado pela carne é a melhor maneira de dar lugar ao diabo. Vou me indignar com a outra pessoa e não conseguirei enxergar a armadilha do diabo ali, acabarei machucando a mim e ao outro, o que não agrada a Deus. Deixar as situações gerarem sentimentos que nos guiem é a forma mais rápida e fácil de gerar brechas para que o inimigo tenha espaço em nossa vida. O pior é que isso acontece sem que percebamos.

O que devemos fazer? "Entrega teu caminho ao Senhor, confia nele e o mais ele fará". Entregar, primeiro, e confiar. Confiar sem dúvida, sem reservas, e não pegar de volta aquilo que entregou. Quem entrega não se preocupa, quem entrega tem paz, quem entrega não sofre pelo que entregou, pois sabe que seus problemas, sua vida e seus entes queridos estão nas melhores mãos. A Bíblia também nos orienta a lançar todas as nossas ansiedades ao Senhor, e completa dizendo que Ele tem cuidado de nós. Se eu lanço TODAS as minhas ansiedades ao Senhor em oração, se eu confio que Ele, o Deus vivo, tem cuidado de mim, por que raios irei me preocupar? Qual é a razão para preocupações, estresse e sofrimento? Ou eu confio ou não confio. É a garantia de receber "a paz que excede todo o entendimento", a paz que independe das circunstâncias.

Se você tivesse um problema de saúde e seu pai fosse o melhor médico do mundo naquela área, você não confiaria a Ele o seu tratamento, sem reservas? Se você tivesse com problemas financeiros e seu pai fosse o homem mais rico do mundo, você não confiaria seu problema a ele, com alívio?

Se você tivesse uma causa na justiça e seu pai fosse o juiz mais competente e justo, escolhido para julgar o processo, você não estaria tranquilo (claro, se você estivesse falando a verdade)? Se você estivesse com problemas emocionais e seu pai fosse um cientista que conhecesse em profundidade o cérebro humano, sendo capaz de ativar ou desativar os circuitos responsáveis por qualquer coisa, estando apto a resolver qualquer problema, você não descansaria, sabendo que seu drama teria solução?

Se você é capaz de depositar tamanha confiança em um homem, que é falho, por que a dificuldade de confiar em Deus, e na escolha dEle para a sua vida, ao se entregar de todo o coração a Ele? Se você diz que acredita em Deus, se tem certeza de quem Ele é, então você obedece, entregando sua vida e descansando, sem deixar de vigiar e orar, agradecendo.

quinta-feira, agosto 30, 2007

Salmos

Esse livro da Bíblia compila 150 cânticos, a maioria deles escrita pelo rei Davi. Um dos mais conhecidos deles e o que eu sempre trouxe como "meu" é o Salmo 23. Me identificava com ele na infância por dois motivos: minha mãe orava comigo todas as noites e recitávamos o Salmo 23 antes de dormir, assim, eu o decorei muito cedo. Depois, nasci no dia 23 de janeiro, era o salmo do meu dia e descreve o quão cuidadoso Deus é com quem se entrega a Ele como Davi se entregou.

O problema de decorar versículos Bíblicos é começar a repetí-los sem se dar conta do que realmente dizem. Esse salmo é lindo, mas seu sentido pode ser apagado pela repetição (eu não costumo ter esse tipo de problema porque a Bíblia que uso hoje é uma tradução diferente da que eu tinha quando criança e adolescente, então algumas palavras estão trocadas, já dá um sustinho no cérebro que tenta acompanhar mecanicamente...risos...). Gosto de ler os textos que conheço de cor como se nunca os tivesse lido na vida, reforçando palavras diferentes para não perder a compreensão. Reler assim é como ler pela primeira vez:

"O Senhor é o meu pastor; nada me faltará. Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso; refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome.

Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam. Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários, unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda. Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor para todo o sempre. "

Essa é uma declaração de entrega e de confiança, Davi demonstra sua proximidade com Deus nesses versos. E prova que assinou o contrato sobre o qual escrevi no post anterior: entregou sua vida a Deus, deu ouvido à Sua palavra e sabia que podia contar com o Senhor em qualquer situação. Tudo, no final, aponta para isso, o ensinamento mais simples e mais completo desse grande manual de instruções que é a Bíblia: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. O resumo de tudo o que vem no pacote.

quarta-feira, agosto 29, 2007

O Contrato

A Bíblia, como livro, nos fala do passado, mas como Palavra de Deus fala sobre o hoje, sobre as nossas vidas. Não é um livro de auto-ajuda (pelamordedeus, quem diz isso ou nunca leu a Bíblia ou nunca leu um livro de auto-ajuda, ou ambas as alternativas anteriores), porque é um contrato que envolve duas partes. Nada do que está escrito ali funcionaria se não houvesse a participação de Deus também. Pode ser um livro de Alto-ajuda...risos...ajuda do alto.

A parte do homem é maior do que o que se costuma pensar. Sim, Deus é onipotente, onisciente e onipresente, a gente sabe, mas Ele também deu capacidade de escolha ao homem e respeita cada uma de suas escolhas. Ele é poderoso, mas não é invasivo. Se o homem escolhe um péssimo caminho (mesmo que aos olhos da criatura pareça bom), Deus não vai obrigá-lo a nada. Pode mostrar a ele qual é a melhor saída, mas é ao homem que pertence a escolha. Deus não brinca de marionetes, nós temos grande responsabilidade.

Em Jeremias 7:21-28 há um exemplo disso, Deus falando sobre a quebra da aliança por parte do povo. Ele é o Pai ao qual devemos respeito e que nos ensina o caminho em que devemos andar, nós somos os filhos, nosso papel é aprender com Ele, tentar crescer, respeitá-lo e obedecer, sabendo que Ele nos ama e quer nosso bem.

Aliás, Jeremias 7:23 mostra o quanto é simples o que Deus pede a seus filhos: "Dai ouvidos à minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; andai em todo o caminho que eu vos ordeno, para que vos vá bem."

Se flexibilizamos a nossa ética, buscando jeitinhos e atalhos para fazer as coisas como achamos que devemos fazer, ele se entristece, mas tem de permitir que nos afastemos. E longe dele, estamos expostos a qualquer coisa.

"Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Ajuntai os vossos holocaustos aos vossos sacrifícios e comei carne. Porque nada falei a vossos pais no dia em que os tirei da terra do Egito, nem lhes ordenei coisa alguma acerca de holocaustos ou sacrifícios. Mas isto lhes ordenei, dizendo: Dai ouvidos à minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; andai em todo o caminho que eu vos ordeno, para que vos vá bem.

Mas não deram ouvidos, nem atenderam, porém andaram nos seus próprios conselhos e na dureza do seu coração maligno; andaram para trás e não para diante. Desde o dia em que vossos pais saíram da terra do Egito até hoje, enviei-vos todos os meus servos, os profetas, todos os dias; começando de madrugada, eu os enviei.

Mas não me destes ouvidos, nem me atendestes; endurecestes a cerviz e fizestes pior do que vossos pais. Dir-lhes ás, pois, todas estas palavras, mas não te darão ouvidos, chamá-los ás, mas não te responderão. Dir-lhes-ás: Esta é a nação que não atende à voz do Senhor, seu Deus, e não aceita a disciplina; já pereceu, a verdade foi eliminada da sua boca."


Deus mostra à criatura o caminho, faz uma proposta incrível: se ela andar em Seus caminhos e der ouvidos à Sua voz, Ele será seu Deus e ela será dEle! Isso não é uma coisa virtual, é algo extremamente prático: se Ele é meu Deus, eu vou seguí-lo, obedecê-lo, respeitá-lo, aprender com Ele e Ele me guiará, me protegerá, irá à minha frente em minhas batalhas, me dará vitória. Ele faz o impossível, não está limitado às leis da física, não está limitado a nada. Ter alguém assim do meu lado vale qualquer sacrifício, inclusive o de abrir mão da minha vontade para fazer a vontade dEle. Quando Israel estava firme com Deus, vencia qualquer batalha, inclusive as mais absurdas, um punhado de israelenses destruía milhares de malucos do exército inimigo, muralhas fortíssimas eram derrubadas com gritos e toques de trombetas...

O coração endurecido e orgulhoso acha que os atalhos são idéia melhor e ignora a proposta de Deus. Não dá ouvidos à voz do Senhor e, logo, Ele não pode se considerar Deus dessa pessoa, nem essa pessoa pode considerá-lo seu Deus, porque não há aliança, não há compromisso entre eles. Deus não aceita um "relacionamento aberto", Ele exige exclusividade, porque um de seus valores é a fidelidade, e o compromisso assumido entre criatura e criador só é quebrado pela criatura.

Então, a pessoa pode continuar acreditando que Ele é seu Deus e fazendo rituais religiosos, orando, falando de Deus, seguindo ritos e freqüentando templos, mas se em seu coração ela rompeu essa aliança ao andar por seus próprios caminhos, Ele não pode cumprir sua parte do trato, pois este foi rompido. O que acontecer depois da ruptura, jamais pode ser cobrado de Deus, pois é responsabilidade da criatura, que revogou a procuração que havia passado a Ele.

No entanto, assim como a quebra do contrato depende do homem, reconstruir essa aliança também é trabalho da pessoa. Deus é justo, se o mesmo coração duro enxergar o erro, se arrepender, pedir perdão e se consertar diante de Deus, refazendo o pacto de ouvir sua voz e seguir seus caminhos, Deus volta a ser com ela. Ele diz "tornai-vos a mim e eu me tornarei a vós" (Malaquias 3:7) Quem se afastou é que retorna. Ele está ali, no mesmo lugar, esperando. Se dermos o primeiro passo, ele se aproximará. Deus não é humano, Ele não tem magoazinhas, não fica com problema com fulano porque se afastou duzentas vezes dele. Ele vê a sinceridade do arrependimento. Perdoa, lança todas as nossas falhas no mar do esquecimento e elas ficam lá, afogadas para sempre.

No entanto, alguns corações são tão duros, mas tão duros, que até mesmo Deus se indigna:

"Dize-lhes mais: Assim diz o Senhor: Quando caem os homens, não se tornam a levantar? Quando alguém se desvia do caminho, não torna a voltar? Por que, pois, este povo de Jerusalém se desvia, apostatando continuamente? Persiste no engano e não quer voltar. Eu escutei e ouvi; não falam o que é reto, ninguém há que se arrependa da sua maldade, dizendo: Que fiz eu? Cada um corre a sua carreira como um cavalo que arremete com ímpeto na batalha.

Até a cegonha no céu conhece as suas estações; a rola, a andorinha e o grou observam o tempo da sua arribação; mas o meu povo não conhece o juízo do Senhor. Como, pois, dizeis: Somos sábios, e a lei do Senhor está conosco? Pois, com efeito, a falsa pena dos escribas a converteu em mentira. Os sábios serão envergonhados, aterrorizados e presos; eis que rejeitaram a palavra do Senhor; que sabedoria é essa que eles têm?" (Jeremias 8:4-9)

Antes que algum anti-semita fale bobagens: Jerusalém poderia ser qualquer um. Qualquer um que se desviasse dos caminhos, se abraçasse ao erro e não quisesse voltar. E, pior de tudo, insistisse em dizer que Deus está com Ele. Deus não admite participação no erro. E é bem claro:

"Serão envergonhados, porque cometem abominação sem sentir por isso vergonha; nem sabem que cousa é envergonhar-se. Portanto, cairão com os que caem; quando eu os castigar, tropeçarão, diz o Senhor" (Jeremias 8:12)

Alguém pode me dizer que isso fazia parte da velha aliança, do velho testamento, e que depois de Jesus, estamos no tempo da Graça. Sim, é verdade, estamos no tempo da Graça e muita gente acha que isso é motivo para relativizar a ética cristã. Deus diz "eu, o Senhor, não mudo" (Malaquias 3:6). Ele não mudou, ele apenas renovou a aliança, fez um contrato com outros termos, para substituir aquele que havia sido quebrado.

A diferença é que agora temos um advogado diante de Deus: Cristo. Sim, Jesus faz a nossa defesa, mas Ele é uma outra manifestação de Deus, sua ética é a mesma, e sua firmeza também. A diferença é que Ele se entregou em nosso lugar à punição pelo pecado, temos maior facilidade em alcançar a graça de Deus, mas a necessidade de cumprir à risca a regra permanece: dar ouvidos à Deus e seguí-lo, com o plus de também amar ao próximo como a nós mesmos.

Se a criatura estiver errada, abraçada ao erro, sem nem se envergonhar do mal que comete, e ainda dizendo que Deus está com ela, ele vai se indignar da mesma forma, vai se afastar e dar espaço para que coisas ruins aconteçam, pois retirará sua proteção. Jesus se coloca como substituto no castigo para quem o aceita, para quem o recebe como salvador, para quem se volta para ele e se arrepende de seus erros. Ele morreu por todos, mas a substituição só começa a valer quando a criatura assina o contrato, ou seja, o aceita, o recebe e se arrepende. Se Deus não se importasse e não se preocupasse, a Bíblia nem existiria. No entanto, Ele deixa tudo bem claro. O resto, depende de nós.

Essa passagem de Jeremias Deus me mostrou hoje, em resposta à minha oração sobre um problema específico. Juro que não procurei essa passagem, simplesmente orei e abri a Bíblia. Pedi uma palavra, e ele não poderia ter me dado melhor esclarecimento. Ele conhece os corações e, como meu Deus, me dá a chance de tê-lo por mim em cada batalha. É um privilégio incrível ter um Deus que permite aos seus servos tamanha proximidade e companheirismo.

Termino essas anotações agradecendo tudo o que Ele tem feito, o que Ele tem me falado nos últimos dias e a tranqüilidade que Ele tem me dado em saber que está na direção de tudo. Entrego tudo em suas mãos sabendo que não poderia estar em melhor lugar.

terça-feira, agosto 28, 2007

Alguns rabiscos sobre a Palavra

É complicado manter um padrão ético em uma sociedade que relativiza tudo. Ética não se relativiza. A Bíblia é um guia seguro de comportamento, que mostra exatamente como Deus é e o que Ele espera do homem. Além disso, conta histórias de todos os tipos, sobre várias pessoas, mas com uma coisa em comum: o caráter de Deus. Existem estudiosos da Bíblia de todos os lados, alguns que questionam cada parágrafo, outros que querem compreender Deus com os critérios humanos, outros ainda escarafuncham a História em busca de algo que possam usar para distorcer cada linha. Outros distorcem as linhas sem buscar nada que os auxilie nesta tarefa.

Não quero fazer estudos científicos da Bíblia, até porque não confio tanto assim na mente e nos conhecimentos humanos. Minha relação com a Bíblia é pautada nos resultados que o que aprendi ali (e continuo aprendendo) traz na minha vida. Tudo o que escrevo parte da certeza de que a Bíblia é a Palavra de Deus e não tento convencer ninguém disso, eu sei que é, e isso é explicado pela experiência pessoal com Deus.

Antes de cada leitura daBíblia, converso com Deus, pedindo que Ele fale ao meu coração, que não seja uma simples leitura fria, mas que seja guiada pelo Espírito Santo. Não há nenhuma experiência transcendental nisso, é apenas a fé, a certeza de que Ele irá me guiar. E Deus é tão vivo e tão real para mim que falar com Ele é como falar com uma pessoa. Não vê-lo fisicamente não faz com que ele seja menos real. Que vida sem graça teríamos se tudo precisasse ser visível para ser real. Arrisco a dizer que a maior parte da nossa vida não existiria se esse critério fosse adotado.

É sobre esse Deus vivo que escrevo, despretensiosamente, neste caderno de anotações que, espero, me ajude a compilar decentemente meus rascunhos.